Bem como ei-de começar.

No post de  Junho 2012, anunciei aqui que estava grávida de uma menina, pois essa menina já está uma mulherzinha de 11 anos.

Nesse mesmo ano, 2012,  a empresa aonde eu trabalhava faliu e fui "despedida", acreditem foi a melhor coisa que me aconteceu.

Tive uma gravidez santa mas após a licença de maternidade foi bastante complicado voltar ao mercado de trabalho. Tinha 35 anos e apercebi-me que era velha.

1 Ano depois da Clara ( a minha filha) nascer, consegui emprego num call center de uma empresa de Telecomunicações . Foi OK já lá tinha trabalhado e até gostava, muita miudagem nova era descontraído e como sempre gostei bastante de tecnologias , telefones e essas macacadas era um trabalho relativamente fácil, mal pago mas fácil, pelo menos para mim.

O único se nao era a localização, o call center ficava em aonde o Diabo perdeu os calcoes , para lá de Cabo Ruivo e eu vivia no Barreiro ( MARGEM SUL POWER) levava 2 horas a ir e 2 horas a chegar a casa . 

Ir de carro estava fora de questão, apanhava transito, tinha de pagar gasolina , portagens e parque , se levasse carro era trabalhar para aquecer.

O meu agora marido, trabalhava era supervisor num restaurante e nao tinha uma vida melhor que a minha. Chagava-mos tardíssimo a casa e sempre que ía buscar a minha fica a casa dos meus pais, ela já estava a dormir . Era cansativo para ela e para nós. Ambos os salários eram o ordenado mínimo. Conseguíamos sobreviver , ás vezes até conseguia juntar um dinheirinho mas a pessoa andava sempre com o coração nas maos, com medo do carro avariar ou da maquina de lavar roupa pifar.

Um dia no verao de 2015 , estava eu farta daquela porcaria, uma amiga minha que conheci no meu antigo trabalho  e que tinha emigrado uns anos antes para Islândia, ligou-me . Falava-mos com frequência e ela sempre me tentava convencer a vir para aqui . 

Nesse dia fiquei a pensar nisso. Cheguei a casa e falei com o meu marido, pensando que ele nunca iria alinhar nisso, enganei-me. 2 meses depois estava a aterrar no aeroporto internacional de Keflavik  :)  e 2 meses depois chegaram eles, o meu marido e a minha filha .

Quase 9 anos depois aqui estamos nós a viver uma vidinha descansada, ambos com trabalhos bons, com a nossa casa e as nossas coisas e sem qualquer vontade de regressar a portugal a nao ser de ferias.

 Atenção eu gosto bastante de  Portugal mas sei que seria muito difícil ter a vida que aqui tenho lá.

Foi difícil? Foi  muito, sem rede de apoio e uma criança pequena tivemos muita sorte com os nossos amigos aqui, que sao como família agora.

Bem vindos a Reykjavik